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Epilação Progressiva usando Laser Diodo e Luz intensa pulsada: Uma revisão da Literatura atual

Phase Epilation Diode Using Laser And Intense Pulsed Light: A Review OfCurrent Literature
Ana Paula Caixeta Naves1, Flávia Fernanda de Oliveira Assunção2

Resumo

Este artigo é uma revisão da literatura de estudos realizados no período de 2005 a 2009 nos quais a epilação progressiva utilizando laser diodo ou luz intensa pulsada foram investigadas. Vem com o objetivo de esclarecer e expor as características de cada recurso, visando um melhor conhecimento sobre os estudos já realizados e desta forma obter quais os parâmetros mais adequados e mais utilizados para melhor eficácia destes recursos, assim como resultados e contra-indicações.

Palavras-chave:

Epilação, laser, diodo, luz intensa pulsada.

Abstract

 This article is a literature review of studies conducted in the period 2005 to 2009 in which the progressive epilation using diode laser or intense pulsed light were investigated. Comes with the aim to clarify and explain the characteristics of each appeal, seeking a better understanding of the previous studies and this way to get what parameters most appropriate and used for better efficiency of these resources, as well as results and side effects.

Key words:

Epilation, diode, laser, intensed pulsed light.

Introdução

Atualmente existem muitos métodos de remoção dos pêlos  que estão disponíveis como: Eletrólise, Epilação a laser, Epilação com Luz Intensa Pulsada (LIP) e com produtos químicos. Existe uma diferença entre depilação e epilação, nas quais depilação seriam métodos que fazem o arranque temporário e epilação o arranque duradouro. Os sistemas de epilação com Laser e LIP têm sido usados devido à demora para crescimento e diminuição da quantidade de pêlos, trazendo um conforto maior a paciente (SAND, et al.,2007).

Os modernos tratamentos com Laser e Luz Pulsada seguem uma nova tecnologia de luz chamada não ablativa. Assim são chamados porque pretendem melhorar a pele sem provocar alterações que obriguem ao afastamento do trabalho e das atividades cotidianas. Estes sistemas de epilação agem na melanina do pêlo, causando sua destruição. O laser diodo e a luz intensa pulsada são atraídos pela cor, quanto mais escuro maior o efeito que térmico e destruição do pêlo (BEDEWI, 2004).

Segundo Bedewi, (2004) o aparelho de luz intensa pulsada usa uma tecnologia que emite luz, mas não é um laser porque esta apresenta vários comprimentos de onda, enquanto o laser apresenta um comprimento de onda único, que atinge vários tipos de alvo: a melanina.

O laser atua por um processo denominado fototermólise seletiva, ocorrendo um dano térmico induzido em cromóforos específicos, que serão mais ou menos acometidos,  dependendo  do  comprimento  de  onda  e  da especificidade do cromóforo, que pode ser água, melanina ou hemoglobina. Sendo a melanina o cromóforo do pêlo, o laser para ser efetivo e não provocar dano ao tecido circundante, deve atuar com comprimento de onda próximo a 800 nm (CAMERON, et al.,2008).

Aparelhos com o Laser de Diodo fazem com que a absorção da radiação pela melanina da haste do pêlo cause um superaquecimento do folículo, com conseqüente propagação do calor para as células agrupadas em volta da sua cama da mais externa, na área próxima à inserção do músculo eretor do pêlo. Igualmente, a artéria e veia nutridora de cada folículo também é atingida, aumentando ainda mais a eficácia do tratamento (CAMERON, et al.,2008).

O ciclo de crescimento do pêlo em humanos, a fase telógena (crescimento) demora 3 meses. Em um determinado momento da maioria dos folículos pilosos 80-85% estão na fase anágena (nascimento), 2% na fase telógena e 10 a 15 % na fase catágena (morte). No entanto essas fases podem variar o local anatômico em que estão acontecendo. O tratamento só é efetivo quando acontece fototermólise na fase anágena (GOLDEBERG, 2000).

O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica de artigos nos quais foram utilizados o Laser Diodo e LIP para epilação, expondo as características de cada recurso, visando um melhor conhecimento sobre os estudos já realizados e desta forma obter quais os parâmetros mais adequados e mais utilizados para melhor eficácia destes recursos.

Materiais e Métodos

 Foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de busca na Biblioteca Virtual em Saúde – Bireme, Lilacs, Scielo e Medline, utilizando-se das  palavras-chaves : epilação, laser diodo e luz intensa pulsada. Os critérios de inclusão foram: artigos em inglês, português ou espanhol, publicados nos últimos cinco anos, em humanos e adultos. O período de busca foi de agosto a novembro de 2009.

O número de sessões variou em cada estudo, nota-se que o mínimo foi três. Isto se deve as fases de crescimento do pêlo. Quanto a fluência não podemos chegar a uma conclusão de qual seria a mais eficaz, nem mesmo a mais utilizada. O laser ou LIP só é eficiente na fase anágena, como não há como saber em qual fase o pêlo encontra-se, são realizadas várias sessões para tentar encontrar a melhor fase alvo (CROSSMAN, et al.,1996;LIEW, et al.,1999).

Alguns autores calculam o intervalo de aplicação entre uma sessão e outra em cima do ciclo de crescimento, outros preferem fazer mensalmente, a maioria dos autores incluídos neste artigo fizeram um intervalo de seis semanas.  Ainda não há uma resposta sobre qual o melhor intervalo. BouzariI et al. (2005), em pesquisa realizada em 24 pacientes constatou que os melhores resultados foram nos intervalos de 45 dias. Relatam que quando a epilação é realizada em intervalo maior que a fase telógena (2,5 meses) menos pêlos estarão na fase anágena, e se realizada em intervalos menores que este há mais chances de mais pêlos estarem em fase de nascimento. Porém esta teoria não pôde comprovada pois seu estudo não obteve resultados significativos.

A melanina é o cromóforo alvo para a epilação, nos cabelos brancos, grisalhos e louros há uma falta de pigmentação que levou alguns autores a tentar colorir estes pêlos para verificar se assim ocorre um tratamento com resultados mais efetivos. No estudo realizado por Sand et al. (2007) no qual foi utilizado

Resultados e Discussão

 Os estudos foram realizados em homens e mulheres, sendo composto em maior parte por mulheres, o tamanho das amostras variou entre 1 a 543 indivíduos, e a idade entre 15 e 59 anos.  Houve estudos em todos os tipos de pele segundo a classificação por Fitzpatrick, sendo mais encontrados os tipos: II, III e IV.  Na grande maioria dos estudos a amostra foi de conveniência, pois apenas 1 foi realizado estudo randomizado. Segue abaixo uma tabela para melhor visualização.

Um spray contendo melanina encapsulada na região que onde iria ser aplicado o laser diodo. Foi observado que houve uma pequena redução quando comparado  ao local onde foi aplicado um  outro spray contendo apenas soro fisiológico, mas o resultado não foi considerado eficiente, pois a diferença na inspeção clínica não foi significativa, e  o gastos são altos para essa técnica. Houve aparecimento de efeitos colaterais do lado que era aplicado a melanina exógena, devido a substância poder fixar-se nos poros da pele, causando assim eritema. Justificaram que o tratamento pode ter sido ineficiente devido ao número reduzido de sessões.

Willey et al. (2007) em estudo com 453 pacientes revela que 8,10% não apresentaram nenhuma redução do pêlo após tratamento, 78,08% observaram uma diminuição do crescimento e 2,5% tiveram alta com redução do pêlo. Houve maior crescimento de pêlo após tratamento nos pacientes que trataram com LIP quando comparados ao  laser diodo, mas revela que este aparelho também foi menos utilizado e o número de sessões foram diferentes. Houve crescimento de pêlos tanto no interior área quanto na borda a ser tratada. Acredita-se que este crescimento nas periferias  era devido a energias térmicas sub-terapêuticas nos seus folículos pilosos que pode levar a uma alteração da angiogênese capilar e estimular o crescimento, o processo inflamatório também parece estar envolvido, mas não se sabe a explicação. Porque alguns pêlos são atingidos e outros não, foi passado a aplicar compressas frias durante o o procedimento nestas áreas adjacentes, e após isso, notou-se uma diminuição do crescimento de pêlos indesejáveis.

Bernstein, (2005) fez um relato de caso no qual um paciente do sexo masculino apresentou-se para epilação com laser, sendo a área a ser tratada pescoço e costas. Foram realizadas inicialmente 3 sessões com laser diodo e notou-se diminuição de apenas 25%. Optou-se por realizar mais 3 sessões, na qual após a primeira houve diminuição na espessura e quantidade de pêlos, na segunda o pêlo diminuiu significativamente e após a terceira o paciente voltou para uma reavaliação e foi notado um crescimento de pêlos na área adjacente ao seu tratamento.

Tanto do estudo de Bernstein, (2005) como no de Willway et al. (2007) a maioria dos pacientes negava problemas hormonais, porém não foi relatado que tenha sido realizado algum tipo de teste ou exame que constatasse a presença destes, porque sabe- se que com estas patologias há um crescimento maior que o normal de pêlos. Willwy, (2007) diz que em sua experiência clíni- ca crescimento de pêlos nas áreas ao redor da tratada é mais comum do que o publicado.

Cameron et al. (2007) realizaram um estudo usando laser diodo e LIP para epilação, seus resultados mostraram que cinco pacientes preferiram o uso do laser e duas LIP, e uma não mostrou preferência. Uma paciente foi retirada do estudo por haver uma inflamação grave no local com o uso do laser, e com a LIP não foi relatado nenhum problema. O laser promoveu um resultado mais rápido que a luz intensa pulsada. Um estudo comparando a eficácia e efeitos colaterais do laser diodo, alexandrita e luz intensa pulsada, não encontraram nenhuma diferença significativa de eficácia entre os grupos após os 6 meses de tratamento, mas a maior incidência de efeitos colaterais foi encontrada nos sistemas que utilizaram laser ( SADICK et al., 2000).

Grippaudo et al. (2009) realizaram um estudo com pacientes portadores hirsurtismo facial obesas e não obesas,  e mostraram que a luz intensa pulsada é eficaz e segura para epilação em pacientes afetados com hirsurtismo facial e anormalidades endócrinas, nos quais 70% julgaram o resultado final classificado como de bom a excelente. Entretanto as pacientes obesas tiveram um resultado menos satisfatório que as não obesas, sugerindo que pode estar relacionado a resistência a insulina.

Mcgill et al. (2007) em estudo para verificar qual melhor método de epilação em mulheres com hirsurtismo facial e síndrome do ovário policístico comparou luz intensa pulsada com laser Alexandrite, verificou que o lado da face tratado com laser teve maior redução do tratado com a LIP, isto pode ter ocorrido devido ao laser entregar toda sua fluência em um pulso de 3 milissegundos e ter uma boa destruição folicular, já o sistema de luz intensa pulsada apresenta luz de banda larga no qual parece ser menos absorvida pelos melanossomas e no folículo. Além disso, este sistema apresenta uma separação na sua fluência  em 2- 4 pulsos com um comprimento de 20-40 milissegundos de atraso entre os pulsos, o que resulta em uma energia mais lenta e pode causar uma transferência térmica menos eficaz ao folículo e ao bulbo causando menor destruição capilar e conseqüente menor eficiência.

Quanto aos efeitos colaterais dos tratamentos de epilação Mcgill et al. (2007) em estudo com 38 mulheres, 3 apresentaram pequenas bolhas na face, sendo que duas resolveram em poucos dias sem cicatrizes, a terceira não apresentou cicatriz, mas houve uma hiperpigmentação temporária, outras duas pacientes apresentaram leucotriquinia. Uma das pacientes do estudo de Cameron et al. (2007) durante o estudo desenvolveu após a aplicação do laser diodo uma inflamação no local que permaneceu por 10 dias, na segunda aplicação foi abaixada a dose, mas a inflamação foi mais intensa e permaneceu por 3 semanas deixando uma áreas com hiperpigmentação. Foi realizado tratamento e a hiperpigmentação fora resolvida, mas a paciente foi suspensa do estudo.  Quatro indivíduos apresentaram hiperpigmentação perifolicular com o uso do laser diodo no estudo de  Lee et al. (2006). Dezoito efeitos colaterais foram relatados em doze pacientes após o uso de laser diodo,   os efeitos adversos mais freqüentes foram dor ao tratamento 41,6%, hiperpigmentação 12,5% e foliculite 8,3% estes foram observados em pacientes com pele mais escura e sua presença não estava relacionada com fluência ou a duração do pulso segundo Bouzari et al. (2005). Nos estudos de Bernstein, (2005) e Grippauldo et al. (2009) foi relatado um aumento do pêlo após seu tratamento, causando assim um efeito paradoxal ao esperado, no primeiro foi usado laser diodo e no segundo luz intensa pulsada. Willey et al. (2007) também observou um crescimento paradoxal de pêlos após o tratamento para epilação com laser Alexandrite, YAG e LIP. Sand et al. (2007) observaram eritema leve em 7 pacientes dos 16 estudados, e foliculite em 2 pacientes.

Conclusão

Ainda não podemos afirmar com total veracidade que haja um consenso sobre os parâmetros a serem utilizados para epilação. Os autores incluídos nesse estudo relatam seguir na maioria das vezes as orientações dos fabricantes.  Nota-se a necessidade de documentar os dados utilizados e a importância da publicação de estudos bem delineados para que possamos obter melhores informações sobre este recurso tão utilizado, principalmente no que diz respeito a protocolos seguros e melhores resultados.

Referências Bibliográficas

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